sábado, 30 de novembro de 2013

Cicloturismo pelo Chile e Argentina - 9º dia

A noite foi difícil não só pelos meus amigos pierros mas também pelas festas barulhentas do sábado.

Tinha comprado com a Grado 10 o passeio para as Lagunas Altiplânicas que inclui o Salar do Atacama e Toconao e quando cheguei na porta da agência o dono estava lá e falou que não havia conseguido a quantidade suficiente de turistas para usar o caminhão e por isso havia me colocado no passeio de outra agência.

O que entendi foi que é mais vantajoso ir para os Geisers del Tatio com o caminhão e como ele já havia me vendido o passeio, me colocou em outra agência que poderia ter o preço mais baixo e assim fiquei no prejuízo mas fazer o quê aquela altura?

Pouco tempo depois vejo meus amigos Holandeses vindo pela rua e conversamos um pouco e eles já estavam indo embora seguindo para o Paso de Jama... mesmo caminho que o meu e me questionei se não seria melhor ir com eles, mas não queria atrapalha-los e tinha o passeio pra fazer mas também estava bastante apreensivo em fazer sozinho esta parte da viagem que era a mais inóspita até agora.


Fui então fazer meu passeio e na van tinha um casal de brasileiros de Santos, fiquei feliz por poder falar novamente o português.

O passeio começa pelo Salar do Atacama (3° maior do mundo) que é diferente de qualquer outro salar pela sua aparência onde o sal é liso e mais parece com inúmeros morrinhos de areia que caiu água da chuva... totalmente irregular.


Tem também uma grande lagoa com belo reflexo de um vulcão fundo e pela primeira vez ví Flamingos.



Vale mais uma historinha do guia que contou a "triste" vida de um Flamingo.

Ele encontra uma parceira, vive com ela pelo resto da vida, sua relação sexual dura poucos segundos e só acontece no meio de um monte de outros flamingos... realmente triste.


Saindo dali fomos em direção as lagunas passando no meio de Toconao que visitaríamos na volta.


As lagunas ficam longe e ao sair do asfalto ainda temos que chacoalhar bastante em uma estrada de terra porém vale a pena qualquer sacrifício.

As lagunas estão escondidas atrás de uma montanha e quando a van transpõe a mesma, é revelada uma imensa lagoa de cor azul forte e muito, mas muito linda mesmo! Mais uma visão inacreditável. Que só cabe se for em foto panorâmica.


É uma pena (ou não!) que não se pode chegar na beira da lagoa e talvez por isso ela seja tão bem preservada.

Sabe aquelas paisagens de quebra-cabeça ou capas de caderno que quase não se consegue acreditar em tamanha beleza? É assim. Com certeza o lugar mais bonito que já estive.


Com montanhas ao fundo que em determinada época do ano são cobertas de neve mas nessa época o que parece neve é mesmo sal e um magnifico céu azul.

As montanhas são cobertas por uma vegetação de pequenos tufos de mato que ao se olhar de longe dão a impressão de veludo.


Um problema ali é o frio, mais uma vez a altitude privilegia as baixas temperaturas.

A primeira laguna é chamada de Laguna Miscante a maior e mais bela. A segunda, bem ao lado é a Laguna Miniques que também é bonita e completa a paisagem.


Depois deste espetáculo é hora de voltar e parar em Toconao, um vilarejo com casas de teto baixo, uma praça com um obelisco e uma igrejinha bem simpática. Já disse isso mas vale repetir, os chilenos são muito religiosos. É também a hora da paradinha para os souvenirs.



Aqui também encontra-se um lugar onde podemos ver vegetação verde e várias árvores compridas e algumas árvores frutíferas, contrariando o que se pensa de que no deserto não nasce nada, mas como disse o guia, onde tem água tem vida. E lá corre a água que vem da Cordilheira dos Andes.


Dali fizemos mais uma parada num restaurante para o almoço que estava incluído no pacote e que teve uma boa comida padrão Chile, sopinha de entrada, arroz com carne ao molho e salada, só a sobremesa que foi um sorvete tipo tijolinho da Kibon.

Chegamos em San Pedro no meio da tarde que deu tempo pra pensar na vida e ser tomado pela saudade da minha mulher que um dia antes fizera aniversário e que seria o primeiro aniversário que passaríamos juntos depois de casar, mas eu estava longe... bem longe. Tudo isso contribuía para o turbilhão de pensamentos que rodeavam minha cabeça.

Decidi que partiria no dia seguinte.

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