sábado, 30 de novembro de 2013

Cicloturismo pelo Chile e Argentina - 8º dia

San Pedro de Atacama tem um apelido: San Pierro de Atacama

Assim como em todo o Chile os cachorros estão em todos os cantos, de todos os tamanhos, cores e raças.

E me pareceu que esta noite estavam animados correndo e latindo por entre as barracas o que dificultou bastante o sono.

De qualquer forma às 04:30h estava na frente do camping aguardando o caminhão da Grado 10.

A saída neste horário se faz necessário porque temos que chegar nos Geisers del Tatio antes do sol nascer.

No caminho, enquanto a maioria dormia eu observava o céu a procura de estrelas cadentes, adoro ver estrelas e aqui tem o céu mais limpo do mundo.

Tanto que algumas nações se uniram pra montar aqui o observatório Alma.

Quando o grande caminhão da Grado 10 chega é possível ver os olhares curiosos e até invejosos dos que já estão no lugar e chegaram lá em sua maioria em vans ou até em carros de passeio.

A altitude dos Geisers é grande o que garante temperaturas negativas. Neste dia -5,2°C.


Este frio da madrugada congela a água na superfície e quando o Sol começa a derreter o gelo este cai na lava vulcânica e cria os jatos de água quente e as fumarolas. Um espetáculo diferente pra quem nunca viu.

É possível contar o tempo e ver as constantes erupções sempre nos mesmos intervalos de tempo.


A água quente corre por todos os lados e é possível sentir o cheiro forte do enxofre principalmente quando você fica envolvido pelo vapor dos geisers, não é nada insuportável.


Com o calor do Sol estes eventos vão diminuindo e neste momento o café da manhã é servido pelas operadoras de turismo que usam a água quente que corre ao redor para aquecer o leite e até cozinhar ovos.


Nesta hora os gringos em sua maioria europeus perdem a educação e salve-se quem puder transformando a mesa do café numa batalha campal e comem com vontade.

Conversando com o guia o mesmo se surpreendeu por eu ser brasileiro, não porque são raros, não são, sempre tem um monte em qualquer lugar do mundo e aqui não é diferente... na verdade ele estava admirado por eu não estar me refugiando na calefação do caminhão. Dizia que os brasileiros não estão acostumados com temperaturas tão baixas. Na verdade eu estava bem preparado.

Depois do café somos levados até as piscinas termais bem próximas dali.

Vou te falar que tirar a roupa com todo aquele frio não é nada fácil mas eu estava ali e não iria perder a oportunidade.

Ninguém ali parecia estar com vontade de tirar as várias camadas de roupas então fui o primeiro a me aventurar.


Quando me dei conta a piscina estava tomada, todos juntos no mesmo canto onde a água entra na piscina e garante uma temperatura maior.

Quando saí, onde estavam minhas roupas?? Não, não haviam roubado mas todos resolveram colocar as suas roupas sobre as minhas...

Pouco tempo depois saímos em direção ao povoado de Machuca, muito pequeno e estrategicamente mantido para alongar o tempo do passeio.


Dali rumamos para o vale dos cactus, não são todas as operadoras que te levam até lá e pra mim foi uma grata surpresa poder admirar cactus gigantes que até então eu não havia visto em face a grande derrubada destes por parte dos colonizadores espanhóis.


Os cactus crescem cerca de 1cm por ano então dá pra se ter uma ideia da idade deles. Os "braços" ou as partes que surgem do tronco central são outros cactus que se alojaram ali, não sendo o mesmo como eu imaginava.

A partir daí fizemos o trajeto de volta a San Pedro já próximo a hora do almoço.

Mais no final da tarde o segundo passeio do dia, Valle da Muerte e o famoso por-do-sol no Valle de la Luna.

O Vale da Morte é atrás de Pukara de Pukor e ao lado do Vale da Lua e seu atrativo é uma imensa duna onde se concentram os praticantes Sandyboard.



Fizemos o caminho por trás que nos deixou bem no alto das dunas onde temos mais uma panorâmica da região de San Pedro.


Em determinado momento o guia fala:

Vou explicar pra vocês como devemos descer as dunas mas prestem atenção que não vou voltar aqui pra fazer novamente... e se lançou dando saltos até chegar no pé da duna.


Olhamos uns para os outros e imediatamente todos partimos ladeira abaixo.

Posso dizer que é muito divertido.


No pé da duna é servido um lanchinho com sucos, barras de cereal e uma providencial cerveja Escudo.


Rumamos então para o Vale da Lua que é mais do mesmo bege por todos os lados, alguns morros cobertos por sal que dão a impressão de neve e umas duas esculturas de pedra formadas pela erosão do vento.




Subimos em um morro e ficamos aguardando o por-do-sol que realmente é incrível. 



Deste ponto o mais belo não é propriamente o Sol se pondo mas as cores que ele joga sobre a paisagem do lado contrário.


Este sem dúvidas foi o dia que mais tirei fotos de diferentes lugares.

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