A viagem era de apenas 15 dias, mas é inverno e a previsão
do tempo não era nada otimista então me preparei bastante pra não ficar na
roubada, mas acabei carregando peso morto pois o Sol brilhou a viagem inteira,
maravilha!!
Achei interessante fazer um diário apenas agora pois assim
lembraria de toda a viagem. A única coisa que anotei foram as distâncias
percorridas, vamos lá:
Domingo 25/07 (Primeiro dia) – Odômetro inicial 93KM
Ansioso, acordei antes do despertador (5:30h), com lágrimas,
melhor, suor no rosto saí as 6h rumo ao Jabaquara e como não havia me dado
conta os alforges ficavam muito próximos do ciclo do meu pé no pedal e raspava
constantemente o que me forçava a pedalar sempre com o meio do pé.
Minha
intenção era descer a Anchieta ou a Imigrantes, esquece, proibido.
Tentei
encontrar informações sobre a Calçada do Lorena que se conecta na Estrada Velha
de Santos, e que por sua vez também não é permitida. Enviei e-mail´s pra quem
encontrava na Internet e conhecia as manhas do caminho mas não tive retorno.
Informações que encontrei como o guard-rail do KM42 são raras e pouco
esclarecedoras pra quem estava cheio de bagagem.
Uma hora e apenas 10KM depois na rodoviária já esperava
algum tipo de hostilidade, mas eu era apenas uma figurinha muito diferente e
fui disputado nos guichês das companhias e o único problema foi ter que retirar
toda a bagagem tão carinhosamente arrumada na noite anterior.
Na rodoviária de Santos me dirigi para a balsa que fica bem
próximo. Aliás, Ailton me desculpe, mas o lugarzinho feio!!!
Perdi a barca que estava aportada, pois não conseguia
retirar a carteira da mochila então aprendi a primeira lição: Mantenha um pouco
de dinheiro sempre a mão.
No Guarujá me deparei com uma ciclovia, coisa que só vi nas
proximidades do Ibirapuera e nem se compara. Seguindo até a praia Enseada
resolvi parar em uma barraca de frutas e lá começou a bateria de perguntas que
eu iria escutar muitas vezes na viagem inteira – Tá vindo/indo de/prá onde?
Mais algumas respostas e curiosidade morta acho que ajudou pois ganhei meia
dúzia de bananas.
Passei pela orla bem cuidada e peguei pela primeira vez o
que volta a ser a BR-101 ou Rio-Santos (Correção, não é a BR nem Rio Santos) até a Prainha Branca que tem acesso por
uma escadinha bem ao lado da balsa para Bertioga. Muita força bruta e venci os
degraus e depois a trilha – bom não vai mais ser bem uma trilha, pois o pessoal
está calçando com pedras e cimento – que leva a pequena vila e facilmente
encontrei uma pousada, acho que era a mais cara da vila (R$20,00).
Curti a praia e me empanturrei com o Festival da Tainha que
acontecia na Vila.
Hoje tem jogo do Brasil X Argentina pela final da Copa
América. Tomei um banho e saí a caça de uma TV e como não podia deixar de ser
no único botequinho da vila encontrei uma.
Só tinha o dono do “estabelecimento”
e pra não ficar chato comprei uma Coca e fiquei confortavelmente sentado
naquela cadeirinha de ferro até que começou a chegar toda a (meia-dúzia) comunidade dos pescadores consumidores do local, tive que me levantar. Valeu a
pena! Brasil campeão!
Segundo dia – Odômetro inicial do dia 152KM
Acordei cedo e resolvi voltar sem bagagem uns 6KM pra
conhecer a praia de Iporanga que eu havia passado no dia anterior, mas não tive
coragem de entrar por causa da grande subida de boas-vindas.
Muito bonita e bem
conservada. Também só tem casas de alto-padrão.
De volta para a Prainha. Primeira baixa - descobri que perdi
meu óculos de sol, nada que um Vale-Refeição não recupere.
Bagagem recolocada e
novamente força bruta, peguei a Balsa para Bertioga (muito melhor que a de
Santos e não cobrou os descabidos 75 centavos).
Seguindo pela Rio-Santos depois de Boracéia resolvi entrar
na estradinha de terra para me manter o mais próximo possível da praia, péssima
escolha, ao parar para um xixi básico deixei cair um segundo óculos de sol
depois de andar 1,5KM tive que retornar ao local.
O sacolejar da estrada
adiantou a provável quebra do bagageiro e os alforges começaram a pegar nos
raios - Primeiro problema real.
Depois da gambiarra (segunda baixa, esqueci o
alicate na mureta) eu conseguia andar lentamente o que me atrasou muito e me
obrigou a andar pela a noite – Prática totalmente desaconselhada, mas eu
contava com um farol e um pisca traseiro que me deram uma certa segurança.
Chegando em Camburi comecei a perguntar pelo Albergue da
Juventude e depois de algumas caras que mostravam que eu ainda teria que
pedalar bastante, segui a indicação de que encontraria o mesmo no final da
estradinha de terra.
Passei por caminhos que me mostravam que estava na direção
errada, mas queria pagar pra ver e no final desta estradinha achei que iria mesmo pagar – Dei de cara com um portão que se iluminava por um salvador sensor de
presença e sem nenhuma indicação que era o albergue, muito pelo contrário,
alertava a presença de cachorros e foi o que percebi ao me virar e ver que os
latidos eram acompanhados de vultos de dois dobermans e um rotveiller que já
cercavam o único caminho que eu tinha.
Mantendo a calma e me movendo apenas
para que o sensor reacendesse a luz, resolvi pegar o telefone celular mesmo não
acreditando que iria ter sinal mas felizmente eu estava errado e consegui ligar
para o albergue e ver que eu havia passado e muito do local mas era a única
coisa que eu poderia fazer, ainda restavam os cães, imóvel e me utilizando do
meu farol vigiava a movimentação dos meus intimidadores e depois de latir uns 5
minutos eles foram se voltando para o mato de onde saíram – Ufa!!
Voltei e
consegui encontrar o bendito albergue, já eram 22h e eu estava sujo, cansado e
com fome.
Felizmente a, muito gente boa, Sofia ao ver meu estado se
prontificou a fazer x-tudo que devorei rapidamente. Mais uma noite de sono
profundo.
Terceiro dia – Odômetro inicial do dia 252KM
Depois do café da manhã, incluído na diária de R$18.00, fui
verificar como poderia aperfeiçoar a “gambiarra” e resolvi redistribuir o peso
da bagagem e ganhei assim uma mochila que a partir de agora me faria companhia
presa ao guidon.
Mais curiosidade de alguns surfistas hospedados e sigo meu
caminho.
Terceira baixa – não percebi que o óculos de sol caiu de
cima dos alforges na grama e passei por cima do mesmo transformando-o em uma
escultura pós moderna.
Na estradinha tive uma surpresa, um bicho-preguiça,
preguiçosamente, ao meu ver, tomava sol no meio da estrada. Parei para tirar
uma foto e neste meio tempo surgiu um morador local que já acostumado com o
bicho naquela perigosa posição agarrou no cangote da criatura e colocou-o
cuidadosamente nos galhos de uma árvore.
Feliz, pois as histórias que teria pra contar se
multiplicavam voltei para a BR e ao passar por Boiçucanga me deparei com a
temida serra que me levaria para Maresias.
Ao começar a subir (empurrando) fui
alcançado por duas garotas que também passavam o mesmo martírio carregando, entre
outras coisas, meia melancia e litros de leite (Mais curiosidades) e me incentivavam
a continuar subindo.
Elas ficaram no meio da subida e eu tinha a pior parte do
percurso pela frente.
Sofrimento a parte a descida foi excelente fazendo a
adrenalina disparar ao ver o velocímetro marcar rapidamente 72KM/H e tendo que
frear pois as curvas chegavam também muito rapidamente.
Quarta baixa - o par de tênis que estava separado para as
pedaladas literalmente abriu o bico. Pelo menos diminuiu o peso.
Depois de Maresias o sobe e desce da estrada tornou-se
constante fazendo com que neste dia eu ficasse mais tempo empurrando do que
pedalando.
Fui ultrapassado por uma ciclista que me cumprimentou no seu
percurso de ida e novamente na volta.
|
Praia de Calhetas com Ilhabela ao fundo a esquerda |
Muitas horas e poucos quilômetros depois cheguei a São
Sebastião e peguei mais uma vez a balsa que também não cobra nada (de pedestres e ciclistas) até Ilhabela.
Encontrei um Hotel com um preço razoável por ser de frente a
praia (R$30,00), ter TV a cabo, ar-condicionado e varanda, mas na noite eu
descobriria o porque, os carros que passam entre a praia e o hotel parecem
estar passando dentro do quarto.
A noite sai pra comer alguma coisa e passei um certo carão
ao ver a cara de espanto do garçom ao perceber que comi sozinho uma pizza
inteira.
Tudo bem, novamente cansado e de barriga cheira nem vou ser
muito incomodado pelos sanguinários borrachudos.
Quarto dia
Dia de realizar um sonho antigo – Trilha para Castelhanos!!!
Sem bagageiro e com uma mochila nas costas saí alucinado
para enfrentar os 19KM de ida até o outro lado da Ilha e nem me dei conta que
havia esquecido o odômetro no hotel, coisa que não me proporcionou a
verificação da velocidade na descida.
Ainda sentia o cansaço e o despreparo e empurrei em grande
parte do percurso mas na alucinante descida parei umas duas vezes pra descansar
os dedos nos freios que tinham que segurar a bike pra eu não desbarrancar morro abaixo.
Deixei a bike num dos bares da praia e fui dar uma volta na
praia prometendo ao garçom que comeria alguma coisa ali na volta e levei uma
Coca.
Tinha intenção de ir a cachoeira na trilha no canto esquerdo
da praia, mas preferi me poupar para a volta e já conhecia a mesma. Mas pra
quem não conhece eu realmente recomendo.
De bobeira na areia lembrei que não havia pegado dinheiro, a
sorte foi que do dinheiro que deixei a mão havia algumas moedas que pagaram
justamente a coca e me fez explicar a situação para o garçom que já preparava
uma mesa ao me ver retornar.
Repeti o procedimento que fiz para vir e cheguei ao hotel
com a feliz sensação de sonho realizado.
Quinto dia
Folga!! Pedalei apenas 22KM para ir e voltar da praia do
Curral onde passei o dia estirado na areia.
Sexto dia – Odômetro inicial do dia 301KM
Na maratona de refazer a gambiarra no bagageiro e colocar os
alforges conheci um Senhor no corredor do hotel que com um português misturado
com espanhol veio conversar comigo e contar que também era cicloturista e nesta
viagem atual havia pedalado 9000KM em 9 meses pela Argentina e Chile, mas que
também já havia cruzado a África.
A bicicleta dele, uma Koga-Miyanta (até então eu nunca tinha
ouvido falar nesta marca), a primeira vista não tem nada de diferente das
conhecidas Barra-Forte além do bagageiro dianteiro e protetor dos raios da roda
dianteira que indica a grande possibilidade de carga da mesma.
Conversamos rapidamente, pois eu tinha um longo caminho e
ele iria para Castelhanos, até que iria gostar de saber mais destas aventuras.
Seguindo por Caraguá não tive muitas dificuldades nesta
parte do caminho e próximo Ubatuba fui alcançado por um cara de bike que queria
matar sua curiosidade e para minha surpresa o mesmo lembrava muito um amigo meu
só que engraçadamente era loiro. Muito gente boa e curiosidades a parte ele me
guiou por algumas pousadas até que eu me estabelecesse.
Sétimo dia – Odômetro inicial do dia 409KM
Quinta baixa – esqueci uma bermuda na pousada e na mesma meu
RG e as chaves dos cadeados.
Saindo de Ubatuba seguia com Sol na cabeça e a maior
dificuldade foi a subida que marca a divisa dos Estados de São Paulo e Rio.
Antes da mesma fui ultrapassado por um casal de ciclistas que surgiram do nada.
Estas aparições dão um certo susto quando subitamente você ouve um Olá na sua
orelha.
Pouco a frente fui alcançado por outro ciclista que me acompanhou
enquanto queria matar sua curiosidade e me dar umas palavras de apoio.
Depois
de poucos quilômetros o mesmo tomou o caminho contrário retornando a Ubatuba.
Encontrei novamente o casal desta vez retornando que me cumprimentaram com o
mesmo entusiasmo da ida.
Chegando na entrada para Trindade me preparei para a
cansativa ladeira a frente e depois de uma hora e 3KM depois cheguei ao topo e
me deliciei com a instigante descida que convida a deixar a bike acelerar até
desenvolver grandes velocidades. Preferi manter a cautela.
Estabelecido em Trindade comi o que seria a segunda refeição
de verdade com arroz, feijão e um bife delicioso por R$6,00.
A noite fui premiado com um acontecimento astrológico
daqueles que acontecem a cada centenas de anos e que trouxe a Lua para o ponto
mais próximo da Terra e não tinha uma nuvem no céu. Andei pela praia sem
precisar fazer uso do meu farol-lanterna e fiquei durante horas apreciando este
espetáculo.
Oitavo dia
Fiquei em Trindade e fui fazer um trekking para conhecer a
“Pedra que engole”, para minha sorte haviam algumas crianças brincado no local
e me mostraram o porque deste nome deitando no leito do rio sobre uma pedra e
deixando-se escorregar para dentro dela saindo risonhamente do outro lado da
mesma.
Curti um pouco a praia e fui dormir cedo.
Nono dia – Odômetro inicial do dia 484KM
Dia do percurso mais curto, cerca de 24KM até Parati, mas
ainda tinha que vencer novamente a grande subida. Novamente 1 hora e 4Km depois
cheguei ao topo e me preparei para a descida. Quando fiz o caminho inverso
percebi que logo no inicio eu poderia deixar a bike acelerar e foi o que fiz
chegando a impressionantes 77KM/H com uma bike totalmente carregada e em dois minutos
depois eu chegava novamente a BR101.
Percurso fácil até Paraty onde me estabeleci no Albergue da
Juventude e sai para conhecer alguma coisa a mais da cidade.
Ao retornar uma surpresa, o Senhor que conheci em Ilhabela
também se hospedou no Albergue mas quase não conversamos neste dia.
Décimo dia – Odômetro inicial do dia 509KM
Comecei a me preparar para meu percurso mais longo e o
Senhor também fazendo o mesmo e descobri que iríamos para o mesmo lugar (Angra
dos Reis), porém ele não se mostrou muito interessado em ter acompanhante, o
que eu também não queria pois imaginava que o ritmo dele seria mais forte que o
meu apesar de sua idade e também porque eu queria fazer o passeio sem me
prender em alguém.
O Senhor, que agora sabia seu nome – Josef, saiu e uns
10min. depois foi minha vez.
Alguns quilômetros a frente percebi a bicicleta de Josef
parada no lado oposto da estrada, aparentemente ele estava no bar que havia
ali.
Prossegui depois de um tempo fui alcançado por Josef e passamos a andar
por um tempo juntos até que ele parou para comer e eu resolvi prosseguir.
Cerca de 500 metros antes da Usina Nuclear começou a cair
uma chuva fina que me obrigou a parar e me preparar para uma chuva mais forte,
mas não foi o que aconteceu e 500 metros após a Usina a chuva parou.
Foi a
única vez que peguei chuva.
A uns 15KM antes de Angra fui novamente alcançado por Josef
e eu estava cansado, mas resolvi acompanhar o ritmo dele.
Quase com a língua
enrolando na roda Josef resolveu parar e eu não tinha condições de prosseguir
naquele ritmo aceitei de imediato.
Josef percebendo meu sofrimento me ofereceu
um drops chamado Dextro Energy e me garantiu que não era nenhuma droga, apenas
açúcar de uva que repõe rapidamente a energia e realmente me ajudou nos últimos
5KM.
Conversando com Josef sobre meu destino ele resolveu me acompanhar até a
Ilha Grande e assim pegamos uma escuna que estava saindo para a Ilha.
A Barca
oficial que faz este percurso duas vezes ao dia ao preço de R$4,25 já havia
saído por isso pagamos R$10,00 para ir de escuna.
Chegamos na Ilha já a noite e procurando o Albergue da
Juventude acabamos indo parar em uma pousada de nome Albergue mas acabamos
ficando ali pois o preço estava mais em conta do que no verdadeiro Albergue.
Antes de chegar na pousada Josef me informou que precisava
parar em um mercado para fazer algumas compras e para minha surpresa suas
compras se resumiram em uma garrafa de 51 que ele secou em um dia e meio.
Ele é
uma figurinha muito rara, com 58 anos, fumando cachimbo e com grande bagagem de
conhecimento me contou várias de suas passagens e também como fazia para se
virar no dia-a-dia.
|
Josef |
Entre outras coisas me mostrou um tipo de meia que envolvia
sua caramanhola e molhada mantinha a mesma gelada devido a evaporação da água e
também reparei que seu chinelo tipo papete era da Shimano e funcionava como
sapatilha fixando-se ao pedal.
Conversamos sobre o que ele achava do Brasil e que era
totalmente diferente a imagem que os europeus tem, de que aqui em todo lugar, a
toda hora se encontra gente dançando na rua.
Também percebi sua preocupação com a água que consumia pois
perguntava se a mesma era “cozida” (fervida) sempre que não tinha certeza da
origem da mesma.
Décimo primeiro dia
Fizemos um passeio de Escuna até a chamada Lagoa Verde onde
se vê muitas estrelas do mar e uma água muito bonita.
Não teve pedalada hoje.
Décimo segundo dia
Josef iria para Angra para dar prosseguimento a sua viagem e
nos despedimos no cais onde eu fui fazer o único caminho possível de bike que era ir até o
outro lado da Ilha.
A estrada lembra muito a de Castelhanos, mas com muitos
cacos de azulejos quebrados por todo o percurso.
Como a calibragem dos meus
pneus estava baixa tive o primeiro pneu furado, que consertei rapidamente e
terminei meu passeio.
Nos próximos dois dias fiquei na Ilha fazendo trekking para
conhecer muitas de suas praias antes de retornar para casa. Vale muito a pena
conhecer a Ilha Grande, muito bonita.
Retornei então para o Continente, peguei um ônibus para o
Rio em que o motorista me cobrou a bagagem no valor de uma passagem R$10,00 por
causa da bicicleta.
Em cada lugar e/ou companhia existe um procedimento a ser
seguido como pagar bagagem, suborno ou ser solicitada a nota fiscal da bike, portanto
esteja preparado para tudo.
Na Rodoviária Grande Rio não tive nenhum problema em
adquirir a passagem e embarcar no ônibus para Sampa.
Chegando em São Paulo fui
impedido de entrar no Metrô pelo simples motivo de que não é permitida
bicicleta, apenas na caixa.
Bom, meu último pedal até em casa no Cambuci e
assim termina minha aventura.
Odômetro Final 610KM
|