domingo, 24 de novembro de 2013

Cicloturismo pelo Chile e Argentina - 3º dia

Acordei e o sol ainda não havia nascido.

Fui até o restaurante e pedi o café da manhã que era leite, um sachê de café em pó e o pão seco.

Saí em seguida e em cerca de 200 metros já havia saído da grande Baquedano que consistia na rua principal (a estrada), uma estação de trem que parecia desativada e mais uma ou duas ruas paralelas a rua principal.

Fazia bastante frio e consegui acompanhar o amanhecer do dia no deserto, uma visão incrível!


A mudança das cores do céu vai dando contornos as paisagens e revelando pouco a pouco todas as duas cores do deserto, o bege da areia e o azul do céu.





Quando o Sol começa a aquecer a terra aparece meu indesejado companheiro, o vento que nessa parte do percurso é contra e não ajuda em nada o desempenho da pedalada.

A linha do trem acompanha boa parte da estrada e em alguns momentos a corta.

Me lembro das primeiras aulas de direção que o instrutor dizia: Quando ver a placa de Pare, Pare!

Vejo que hoje apenas damos uma diminuída na velocidade e nos lançamos mas naquela imensidão do deserto quando a linha do trem cruza a estrada a placa está lá e os motoristas param.

Imaginava as cenas dos desenhos do pica-pau quando um personagem para, olha pra um lado e vê quilômetros vazios a frente, olha pro outro e vê a mesma coisa e quando pisa na linha é atropelado por um trem em alta velocidade.

Lá pelas 11h avistei novamente uma mancha verde no horizonte que revelou algumas árvores e eu já sabia que onde tem árvore tem gente.

Me aproximei e vi um grande tanque redondo e uma casa rodeado por uma cerca que não permitia que eu me aproximasse mas haviam algumas manilhas de cimento na sombra que eu poderia utilizar pra descansar um pouco.

Não estava muito pra papo e eis que de dentro do cercado surge um senhor que veio em minha direção e começa a conversar e explica que aquele lugar era uma estação de bombeamento de água que era enviada para Antofagasta.

Ele me ofereceu água e foi a única vez que vi gelo em cubos nesses 3 dias de Chile.

Ele também me informou que a cerca de 1,5km a frente havia um restaurante e pra lá me mandei.

Almocei um pouco de arroz, tomate e uns pedaços de carne ao molho. Não tinha refrigerante então pedi um pouco de água e fiz um suco com um pacote de suco em pó que levava.

Esse restaurante é justamente onde a estrada se separa e o movimento diminui bastante.

Descansei um pouco e saí novamente pra lutar contra o vento até chegar em Sierra Gorda que era até menor que Baquedano.

Encontrei também um bar/restaurante com pousada até bem charmoso (mentira!) mas tinha banheiro com chuveiro no quarto.

Comi alguma coisinha e fui dormir mesmo com o barulho que os trabalhadores das minas faziam no bar.

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