Acordei cedo, não tanto quanto eu gostaria mas mesmo assim comecei a me preparar para seguir viagem.
Tomei um café em uma lanchonete, passei pela Aduana e peguei a estrada sentido a Argentina.
Em poucos quilômetros já estava na base da temida subida pra Cordilheira dos Andes. 50KM apenas subindo somente com a companhia constante do Vulcão Licancabur do meu lado esquerdo que ia ficando maior a cada km.
Não tem muito pra falar apenas que foi difícil, muito difícil subir com a bike carregada e com peso extra de 8 litros d'água.
Ainda não me sentia totalmente recuperado dos dias sem comer.
Com cerca de 40km não aguentava mais e montei minha barraca próximo a estrada que vai para a Bolívia.
A imensidão da paisagem, a dureza da subida, o vento, o frio e a sensação de solidão mastigavam e cuspiam meus pensamentos. Não sei o que foi mais difícil o esforço físico ou o mental.
E isto seria só o começo. Ainda teria mais uns 120km pra chegar na fronteira com a Argentina, o que não é uma distancia impossível de se fazer em um dia desde que a bagagem não estivesse tão pesada e as demais condições contrárias não estivessem jogando tão pesado.
Foi um final de tarde de batalha entre a sobriedade e o devaneio dos pensamentos.
A noite o céu estava encoberto impossibilitando admirar as bilhões de estrelas então me enfiei na barraca e tentava me distrair lendo anotações, embalagem de sopas, latas de atum, qualquer coisa que fizesse o tempo passar.
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