domingo, 13 de abril de 2014

Viagem ao Centro-Oeste - Dia 1

O dia começou com temperaturas bem amenas e depois de 5km pedalando resolvi parar para tirar a blusa e passar protetor solar, foi quando avistei um outro ciclista se aproximando pela direção oposta a minha, era o José que também estava viajando de bike mas a única semelhança comigo era o fato de estarmos viajando sobre duas rodas.

Ele vinha em uma bike que mais parecia uma Caloi Ceci com cestinha na frente e tudo, mas que nem Caloi era, nem manopla tinha e sua bagagem consistia em algumas coisas na cestinha e mais uma mala de nylon, dessas quadradinhas, sobre a cesta.

Ele me contou que vinha de Campo Grande e estava indo para o Rio de Janeiro.

Me deu um pouco de confiança e também de apreenção porque se ele com toda aquela falta de estrutura já tinha feito quase a mesma distância da minha viagem e ainda pretendia fazer a mesma distância pra frente, quem seria eu pra desistir.

Contou que dormia sobre as pontes e que usava uma peixeira (que fez questão de me mostrar) pra se defender e que a polícia já lhe havia tirado várias delas dele mas que na próxima parada ele comprava outra.

Ele também estava preocupado porque sua garrafinha de pinga já se encontrava quase vazia. 

Queria saber como ele consegue. Eu gosto de tomar minha cervejinha mas sempre depois do pedal, porque durante acaba com o rendimento.

Depois disso só teve o sobe e desce constante, não lembro de nenhuma parte plana.

Mas eu estava justamente onde eu queria, no meio das paisagens sem fim que eu adorava.



Chegando em Jales encontrei um bom hotel ao lado da estrada:


Deu pra guardar a bike no quarto tranquilamente, todos os quartos são no térreo e com largos corredores o que facilitava muito entrar com a bicicleta.

Era domingo e saí pela cidade pra comer alguma coisa e só encontrava sorveterias abertas, várias delas, cheguei até a achar que a população só se alimentava de sorvetes.

Entrei em um botequinho e só tinha um pacote grande de banconzitos, então fui pagar e a menina do caixa que comia uma bela marmita ficou assustada com o valor do salgadinho (R$5,80), falei que foi a única coisa que tinha encontrado na cidade então ela me indicou uma lanchonete escondida umas ruas abaixo. Agradeci e devolvi o salgadinho na prateleira.

Cheguei na lanchonete e só iriam abrir daqui 1 hora e meia, fiz uma cara de piedade e a moça se comoveu e foi ligar a chapa.

Um belo X-Salada com uma coca-cola de 600 em garrafa de vidro, novidade pra quem mora em Sampa que só tem essa opção em garrafas de plástico.

Depois dessa caminhada ganhei uma bolha causada pela alça da minha havaiana e cheguei no hotel descalço.

É estranho andar pelo interior porque pela cara de curiosidade das pessoas parece que todo mundo sabe que você não é de lá.

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