sexta-feira, 26 de julho de 2013

Cicloturismo pelo Chile e Argentina - Preparativos

Preparativos

A Bicicleta:

Já tinha uma bicicleta mas era uma GTS S3 Full Suspension e sabia que não era uma bike pra cicloturismo mas que tinha bons componentes Shimano Alívio que era o mais recomendado nas palestras que já tinha assistido, pela sua resistência e simplicidade.

Então, teoricamente, me faltava apenas o quadro que deveria ficar na casa dos R$400,00 e seria bem fácil de encontrar.

Fui então atrás do componente que por ler em vários sites, principalmente o do Clube de Cicloturismo, sabia que seria o mais difícil de encontrar, o bagageiro dianteiro.

A primeira loja que fui procurar o bagageiro foi a de um conhecido cicloturista que de cara senti extrema arrogância pois quando contei que queria gastar no máximo R$1.000,00 pra montar a bike ele me disse: Você quer fazer cicloturismo ou pagar promessa??

Fiquei extremamente chateado, não tinha a menor condição de gastar mais que isso e ele também poderia ter sido menos grosseiro na forma de dizer isso... É como minha mulher sempre me fala: Existem formas e formas de dizer a mesma coisa.

Continuei pesquisando o roteiro, passagens aéreas, barraca, altitudes, artigos de cozinha, comidas, roupas, remédios, vacinas, outros equipamentos e também a bicicleta.

E fui percebendo que o que eu tinha escutado realmente fazia sentido, mas, mais uma vez, bastava ele ter me questionado de outra forma pra eu entender.

Os meses foram passando e fui conversar com o Zé da Scatt Bikes que eu já era cliente há alguns anos e ele me falou da Sundown que tinha boas bikes na linha Team.

Eu torcia o nariz só de ouvir o nome Sundown por causa da Brisk que era uma bike Full que só de olhar parecia que ia entortar inteira e também por ser uma marca nacional.

Mas eu era novato no reconhecimento e diferenciação de bikes, equipamentos e marcas.

Pesquisando aprendi que o que faz uma bike são os componentes e a linha Team tinha ótimas opções que começava com a 3000 (com câmbios Acera), a 4000 (Alívio) e a 5000 (Deore).

Depois de encher muito o saco do Zé, consegui um bom preço e um parcelamento camarada e abracei a Team 5000.

Agora já tinha a bike

O que me chamou atenção nessa bike foi o excelente custo X benefício pois um Kit Deore saia por uns R$1.200,00, a suspensão dianteira Rock Shox Dart 3 mais uns R$1.300,00, só aí já dava mais do preço que paguei na bike inteira, já vinha com pedal que podia ser utilizado com ou sem sapatilha e também tinha furação para duas caramanholas e para o bagageiro traseiro.

Menos um problema.

O Bagageiro dianteiro - Um item complicado

Pesquisei, pesquisei e pesquisei e na época só tinham uns bagageiros sem vergonha e mesmo assim necessitavam de furação na suspensão dianteira.

Eu tinha um destes que servia perfeitamente na suspensão que veio na minha Caloi SK21 porém, na Sundown não tinha nem a furação próximo das blocagens da suspensão e muito menos no meio da ferradura da parte superior.




Em sites gringos existiam enormes variedades mas aqui, nada... hoje existem algumas opções como pude encontrar no site da Monster Bike mas ainda assim com preço nada convidativo.

Solução? Fabricar meu próprio bagageiro, eu não né, porque não sei usar estas soldas e muito menos tenho máquina de solda.




Nessas horas você procura serralheira e não encontra uma, hoje vejo várias por aí... mas tinha uma no caminho do meu serviço. Parei nela e eles disseram que não faziam este tipo de serviço mas pelo menos me venderam 1 metro de vergalhão liso de uns 5 mm que eu poderia utilizar.

Encontrei um serralheiro próximo de casa que se propôs a fazer o serviço por R$60,00, caro mas era o que tinha pro dia.

Passei o desenho pra ele e menos um problema na lista.

Juntei o bagageiro que comprei mais o que mandei fazer e ficou assim:




Bagageiro traseiro - Fácil de achar mas difícil escolher

Também lí muito sobre as opções de bagageiros traseiros e o que mais chamou minha atenção foi um Tranz-X que tinha muitas criticas sobre sua fragilidade mas também bons comentários. Resolvi arriscar.


Alforjes (Já ví com j mas muitos escrevem com g, mas acho que o correto é escrever com J)

Os alforjes traseiros eu sonhava com os Ortlieb:



Mas eu já tinha os Curtlo e é com eles que vou.

Na região do Brás comprei uns pedaços de lona impermeável e mandei fazer as capas para os alforges e pra bolsa que iria presa no guidão.

Os alforjes dianteiros - Outra via sacra

Já não preciso dizer que procurei, procurei e procurei né??

No fim, não adiantou nada tanta pesquisa e fiz uma escolha que depois me arrependi mas já tinha comprado que foram os da Solid Sound que fabrica cases para instrumentos musicais e se meteram a fazer alforjes também.

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Vale contar a celeuma da compra desse alforje.

No site tinha o grande e o pequeno, por estar precisando do dianteiro escolhi o pequeno.

Chegou... o grande! Liguei pra Solid e eles se prontificaram a trocar mas disseram que eu poderia ficar com o grande que era mais caro, mas ficava muito grande, mandei de volta.

Recebi os pequenos mas os bolsos de fora simplesmente não tinham o carrinho que faz o ziper abrir e fechar, ou seja, tinha o bolso mas não conseguia abrir... mandei de volta novamente.

Voltou, mas o serviço de correção foi uma gambiarra. Nessa altura já estava tão P da vida que fiquei com eles.

Barraca

Eu já tinha uma barraca para 3 pessoas modelo Iglu parecida com essa:


Mas eu estava sempre racionalizando o peso dos equipamentos e resolvi comprar a menor barraca que encontrasse e num golpe de sorte andando pela Rua Florêncio de Abreu que concentra algumas lojas de Camping, caça e pesca encontrei uma pra uma pessoa, e o melhor, na metade do preço que eu já tinha visto em outros sites:


Mais uma escolha errada (em partes) mas este processo de erro e acerto faz parte do aprimoramento do meu estilo de viagem.

Por que escolha errada?

Principalmente porque ela não é auto-sustentável... eventualmente você pode precisar montar a barraca em locais que você não consegue fincar os pinos no chão como em áreas de cimento. Mas isso não aconteceu comigo.

E depois ela se mostrou pequena demais mas até que me serviu bem.

Itens de camping

Encontrei na Mar e Sol que fica no bairro da Saúde, vários itens que eu procurava como os pratos com talheres de plástico de boa qualidade, panela, saco de dormir, toalha super-absorvente, um fogareiro a álcool compacto (não presta!) e cobertor de emergência (aqueles de alumínio que os bombeiros utilizam).

Outros equipamentos como luvas, porta-passaporte, corrente pra bike, travesseiro inflável, colchonete e abridor de latas dobrável foram na Decathlon.

Vistos, documentos, vacinas e remédios

Chile, Argentina e Paraguai não exigem visto e podem ser acessados com RG desde que este tenha até 10 anos de expedição... tive que atualizar o meu.

Vacinas também não são exigidas mas em virtude da característica da viagem resolvi atualizar minha anti-tetânica.

Nos remédios fiz uma farmacinha equipada de anti-inflamatório, relaxante muscular, remédio pra diarreia, enjoo, kit de primeiros socorros, hipoglos, manteiga de cacau (foi a única coisa que usei muito!), repelente, lenços umedecidos e protetor solar (que não são bem remédios mas comprei na farmácia, então ficaram todos juntos) e também um frasco de Hidrostéril.

Um comentário:

  1. Muito boa a iniciativa, já fiz 3 grandes ciclos, Uruguai Argentina, Bolívia e Peru e Estrada Real, mas todas elas nunca acampei! Sai muito caro, agora vou fz uma na chapada e me rebelei, vou acampar todos os dias! Muito obrigado pelas dicas...

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