quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Cicloturismo pelo Chile e Argentina - 15° Dia

Hoje iria descansar.

Saí pra andar pela cidade e pensar um pouco no que faria nos próximos dias.

Salta era um divisor de águas, daqui pra frente pelo que li no blog do Arthur a paisagem ficava muito comum ao que vemos no Brasil.

Eu já me sentia realizado e por tudo o que já havia visto e passado resolvi que já estava satisfeito com minha aventura.

Me conformei que continuar por mais 1000km não iria mais trazer nenhuma satisfação maior do que voltar pra casa e matar a saudade que estava me matando.

Este é um ponto positivo de se viajar sozinho. Você não tem que se preocupar em desapontar ou dar satisfação ao seu parceiro.

A cidade é muito bonita e bem cuidada e tem bastante do que os argentinos se orgulham de se mostrar parecidos com os europeus, praças e mais praças, nisto dou o braço a torcer, São Paulo seria muito melhor se tivéssemos mais destes oásis espalhados pela cidade. 



O hostel estava localizado bem no centro o que facilitava acessar vários lugares interessantes.

Depois que voltei pra casa fiquei sabendo da história da Múmia de Salta que, se não me falha a memória, é a múmia mais antiga do Hemisfério Sul ou, se não for isso, sei que tem um grande valor arqueológico.



Na cidade existe um bondinho que te leva pro alto de um morro que te dá uma boa visão da cidade, pelo menos eu acho já que não fiz o passeio neste dia e não o faria mais porque o tempo mudou e a nebulosidade encobriu o morro. 

Isto é uma coisa que me arrependo, deixar pra amanhã e ver a melhor oportunidade passar.




Continuando meu passeio pela cidade passei pela prefeitura.


Também encontrei estas lindas igrejas...







E outras não tão lindas assim (falando do aspecto arquitetônico! Quem sou eu pra causar polêmica religiosa num site sobre ciclismo?)



A decisão já estava tomada então precisava organizar os preparativos pra voltar pra casa.

Em uma loja de bicicletas no centro da cidade consegui (comprar) uma caixa de bicicleta.

Aproveitei também e comprei uma mala grande e barata de lona semelhante a que me desfiz ao chegar em Antofagasta e também comprei um carrinho pra facilitar o transporte da caixa da bicicleta.

Fui a rodoviária e consegui passagem para Puerto Iguazu (fronteira com o Brasil) para o dia seguinte. Assim como no Chile os ônibus eram normal e leito mas desta vez só consegui uma passagem normal, leito só pra quatro dias depois.

Voltei para o hostal, desmontei e embalei a bike.

A noite fui a um mercado pra comprar uma garrafa de vinho, a garota do caixa me cobrou o documento para poder aceitar o cartão de crédito (ainda que aceitavam pois são poucos lugares que aceitam a targeta...) voltei para o hostal, conheci um outro hospede francês. Peguei meu RG e voltei ao mercado.

Comprei duas garrafas de vinho e também alguns pedaços de queijo.

Meu novo amigo francês estranhou a combinação queijo e vinho e eu estranhei a estranheza dele... pensei que esta combinação era francesa... porém ele gostou bastante.

Conservamos um pouco e logo chegaram os ciclistas franceses que engataram um bate-papo em francês que obviamente eu não conseguia entender mas que era interessante ouvir.

Em casa comentei com minha esposa que ficou enciumada quando disse que a garota francesa era muito bonita porém, como diz a cultura mundial, eles não gostam de banho.

No dia anterior quando chegamos ao hostal eles simplesmente trocaram de roupa e saíram sem tomar banho depois de um longo dia de pedal.

Depois da bebedeira ainda sentia fome e saí para encontrar algo pra comer e em um estacionamento encontrei uma lanchonete que faziam bonitos hambúrgueres.

Já não estava tão bem humorado, talvez pela fome, pelo vinho ou pela ressaca de toda a viagem, e queria apenas comer sossegado mas nessas situações parece que tenho imã pra atrair pessoas que adoram conversar com estranhos e já tinha "ganhado a cena" do argentino que insistia em puxar assunto.

Tentei não dar atenção apenas sorrindo forçado aos comentários que ele fazia do programa que passava na tv mas o cara era insistente e quando viu que eu era brasileiro fu#$%... queria saber o que eu estava fazendo ali, porque eu estava ali, pra onde eu iria dali... fui obrigado a engolir o sanduíche e as papas fritas e voltar pro hostal.